04/01/2009

CSI à portuguesa


As séries policiais, mais ou menos ficcionais, sempre despertaram a atenção do público. Mas a saga CSI tem não só atraído as pessoas, como também tem estimulado a curiosidade pela Medicina Legal.
«Esta é uma das profissões preferidas do século XXI», revelou José Manuel Anes, ex-responsável do laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária, (...).


Se por vezes o que se passa nos filmes está bem longe da vida real, o que se passa na série - os procedimentos técnicos e científicos utilizados - são os mesmos que os laboratórios da especialidade usam, garante José Manuel.

«Sob o ponto de vista técnico-científico não há grandes diferenças. A série é muito bem feita e resulta muito bem. Não há fantasia», acrescenta.
Contudo, existe uma diferença que para o investigador é fundamental e que se prende com o tempo real de resposta. Se no filme rapidamente se chega ao autor do crime, na vida real nem sempre é assim.

«Há processos que demoram mais tempo a ser analisados do que outros. Na série dão um ar de facilidade e rapidez que não acontece na realidade».

Mas esta não é a única diferença, e se no CSI o «inspector que faz a investigação criminal também analisa as provas no laboratório», esta situação raramente acontece nos laboratórios verdadeiros onde cada pessoa tem a sua função, e só trabalha especificamente numa coisa.

Em Portugal, o laboratório de Polícia Científica situa-se na cidade de Lisboa e é neste que se realizam todas as perícias a nível nacional no campo da biologia, da toxicologia, da físico-química, da balística, da documentoscopia e da criminalística.
Sobre os pormenores que existem na série e que não acontecem na vida real mas que são importantes, José Manuel realça que o problema português prende-se com a inexistência de bases de dados aprofundadas.

«As bases de dados são extremamente importantes, e esta é a única diferença que se vê no CSI. Devíamos ter mais bases de dados».

http://diario.iol.pt/noticia.html?id=787385&div_id=4071